segunda-feira, 30 de julho de 2007

Diferenças...

Semana passada recebi um texto do meu Tio, uma pessoa que admiro muito, e escreve frequentemente para um jornal da pequena e pacata cidade de Itajubá. O texto falava Sobre "lidar com as diferenças". Acredito que esta é uma habilidade essencial para o ser humano. Partindo-se do pressuposto que somos seres singulares, com esperiências únicas e que cada um forma o seu próprio universo, não podemos negar que as diferenças estarão sempre presentes em nossas vidas.
Na natureza milhares de formas de vida, totalmente distintas entre sí, interagem de forma equilibrada. Cada um tem o seu papel e nenhum ser vivo é menos importante do que o outro. Estas relações foram formadas durante milhões de anos de evolução e hoje estão seriamente ameaçadas pelo único animal que não se relaciona da mesma forma com as diferenças. O Ser humano, por achar que não faz parte desta natureza, vive desequilibrado. Ainda temos muito que aprender com a nossa "Mãe natureza".

Abaixo esta o texto que recebi na integra:

"É preciso saber reconhecer, aceitar e lidar com as diferenças entre as pessoas. A tendência da sociedade, da religião e da família, principais formadores da personalidade (e de opinião), é de massificar as pessoas, desejando que elas sejam iguais em comportamento, desejos, ações, credos, ideologias etc. Com essa atitude, criam as comparações e os modelos e esse é um dos maiores geradores de auto-estima baixa. A premissa parece ser de que a igualdade seria boa para a manutenção do equilíbrio social, e mais fácil para se lidar com todos. Mas o efeito é nocivo, pois acaba perturbando o equilíbrio das pessoas, criando inseguranças e travas na criatividade e no desenvolvimento de coisas novas. As crianças escapam (um pouco) desse controle pela sua espontaneidade (e toma castigo) e os adolescentes por sua rebeldia (aborrecentes), mas logo ambos se tornam adultos e se subjugam ao modelo imposto pela estrutura dominante. Mas isto é só aparente, na verdade as diferenças continuam existindo entre todos e se manifestam, por mais “bem educada” que a pessoa seja. Fica criada uma situação difícil de convivência, pois quando aparecem diferenças, ninguém sabe como lidar e é logo transformada em algo marginal, ruim ou pecaminoso. Isto ocorre em todos os aspectos das relações sociais, surgindo daí os rótulos negativos (feio, bobo, chato, pobre/rico, esnobe, etc). Não aprendemos a aceitar as diferenças em nós mesmos e não sabemos como fazê-lo nos outros. Aí saímos apontando, nos outros, os “defeitos” e tentando convencê-los de que deveriam ser “assim ou assado”para serem melhores. E ficamos com medo de sermos autênticos por causa da vigilância que se impõe onde quer que estejamos. O medo da crítica é um poderoso alienante. A saída parece ser o tornar-se adulto sem perder a autonomia e a coragem de ser. Se isso acontecer, com o tempo, as pessoas poderão se sentir mais equilibradas e com auto-confiança suficiente para ter boa qualidade de vida interior e exterior, perdendo o medo dos julgamentos. É um trabalho longo e difícil, depende de perseverança e, como em todas as conquistas, vão surgir vários heróis e mártires. Para mudar vai ser preciso coragem, compreensão, compaixão e muito jogo de cintura. Mas vai valer a pena."
Autor: Kleber Lincoln Gomes

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